Festa do Carmo 2020: Maria, mãe da consolação e da esperança, rogai por nós que recorremos a vós!

Maria, mãe da consolação e da esperança, rogai por nós que recorremos a vós! “Pois sois Esperança dos pobres errantes e seguro porto dos navegantes” Ofício de Nossa Senhora

Festa do Carmo 2020: Maria, mãe da consolação e da esperança, rogai por nós que recorremos a vós! Fotos: paulo Sicsu Notícia do dia 29/06/2020

Aproximamo-nos dos festejos em honra a Nossa Senhora do Carmo, padroeira da Diocese de Parintins. A mística da festa este ano não poderia ser outra. No ano em que vivenciamos a terrível pandemia da Covid 19, seremos conduzidos através das reflexões, ao encontro de Maria, mãe da consolação e da esperança. Este é o tema da festa de 2020. O lema é a súplica gravada no coração do povo de Deus através de uma jaculatória do rosário mariano: “Rogai por nós que recorremos a vós”.

Tudo começa com um “sim”, dado por uma jovenzinha na cidade de Nazaré, a um anjo de nome Gabriel. Naquele dia, brota para a humanidade, que vivia tempos de angústia, medo e desespero – como hoje – a consolação que os profetas anunciaram. Deus envia à humanidade a maior das consolações, Jesus Cristo, através de Maria. Renasce também com este “sim” a esperança de que Deus nunca abandonou seu povo.

Maria é figura central dessa experiência de se deixar consolar e esperar em Deus. Atitudes próprias de quem confia no propósito para o qual foi chamada. Ela não se deixou desvirtuar da escolha feita, mesmo quando as provações foram aparecendo. Quando Jesus ainda criança ficou perdido por três dias, ela teve esperança de que iria encontrá-lo. Quando nas bodas de Caná acabou o vinho e a vergonha dos noivos era iminente, ela teve esperança de que seu Filho faria algo para socorrê-los. Quando Jesus foi preso, torturado e por fim, suspenso numa cruz, Maria,apesar de estar com uma espada de dor atravessada em seu coração, como predissera Simeão, permaneceu firme, cheia de esperança nas promessas de redenção da humanidade. E nessa mesma cena, do Cristo suspenso na cruz e Maria aos seus pés, lacrimosa, vemos a mãe da consolação, consolando o coração do Filho prestes a morrer. Após a ressureição de Jesus, quando os discípulos cumpriam suas instruções de permanecer em Jerusalém aguardando o Paráclito, ela se fez presente dando consolo e esperança para os que estavam com medo. E ao ser declarada solenemente Mãe da Igreja – a Igreja somos nós, logo, nossa mãe – pelo Papa Paulo VI, durante o Concílio Vaticano II, Nossa Senhora, dentre tantas prerrogativas de sua maternidade, torna-se para nós mãe da consolação e da esperança.

Sim! Nossa Senhora é nossa mãe! Vale e muito aqui lembrar uma catequese do Papa Francisco na Praça São Pedro, em 10 de maio de 2017, com o tema Maria, mãe da esperança. Francisco afirmou uma frase marcante e autêntica ao associar o ser mãe, de Nossa Senhora, com a maternidade de milhares e milhares de mulheres: “As mães nunca desistem nem abandonam. As mães não traem”. Atravessam-se os séculos, desde o dia do recebimento da maternidade da humanidade aos pés da cruz, e Nossa Senhora permanece mãe. Nossa mãe.

É certo que não é de hoje que caminhamos em meio a tristezas e desesperos. Nossa experiência de fé sempre foi confrontada por situações de angústia, onde tudo parecia que ia se perder. Nossa própria fé, pareceu se perder em muitos momentos. Associando com a passagem bíblica da tempestade envolvendo a barca onde os discípulos estavam quase morrendo de medo, também nós parecíamos abandonados e com medo. Muito medo. Também agora, nos tempos atuais, a realidade da pandemia revelou o quanto temos medo.

Dizem os estudiosos que o medo é um instinto de sobrevivência. Um desejo entranhado no coração de todos os seres humanos, sem exceção, de sair desesperadamente de uma situação adversa. E quem nunca recorreu desesperadamente, a intercessão de Nossa Senhora? Quem nunca, numa situação qualquer de medo, suplicou a intervenção divina da Mãe de Deus e nossa Mãe? Muitos. Podemos até afirmar, incontáveis.

São muitos os testemunhos de quem exclamou: “ô minha mãe” ou então “ô minha Nossa Senhora” e foi socorrido. No abatimento, no desânimo, nas perdas inesperadas, na angústia, no desespero, no pedido de direcionamento, na súplica de um milagre ou de um livramento. Maria sempre está ao lado dos que passam dificuldades consolando e ensinando a confiar. A ter esperança.

Neste ano, diante do medo da pandemia do novo coronavírus, mais do que em outras ocasiões, temos buscado a consolação e a esperança em Nossa Senhora. Como criancinhas, que somente se sentem seguras com o colo materno, temos procurado o regaço acolhedor de nossa mãe para ali depositar medos e inseguranças. E como em outros tempos, ela vem em nosso auxílio. Nossa pequena oração “rogai por nós, que recorremos a vós”, vem sendo atendida por Maria, a Virgem concebida sem pecado.

Naquele 10 de maio de 2017, junto do túmulo de São Pedro, que sem dúvida alguma em muitas ocasiões recorreu a Maria, como mãe, o Papa Francisco finalizou sua catequese com esta exortação: “Nos momentos de dificuldade, que Maria possa sempre amparar os nossos passos, possa sempre dizer ao coração: levante-se, olhe para frente, para o horizonte. Ela é Mãe de esperança”.

Sigamos em frente, acompanhados por Maria, mãe da consolação e da esperança!

Com afeto.

Texto: Diácono José Paulo Pacheco