Na clausura em mais de 100 dias, o coração mandou sossegar.
Mas é impossível não se emocionar ao ouvir o primeiro acorde tocar. A gente tenta, aguenta e diz .. nem inventa!!!
Mas Parintins é mesmo um pretexto pra amar.
Parintins...a menina fogosa que se aquietou, a cunhatã faceira que os passinhos não dançou, a terra festeira, barulhenta, briguenta se encheu de saudade e chorou.
A minha estrela azul não brilhou, o teu coração encarnado apertou, nosso tambor não rufou, a minha toada preferida não rimou e o verso do teu amo não contrariou.
Parintins... animada, embalada, ritmada...está compassada.
A vida dedilhou acordes de lágrimas, enlutou sonhos, interrompeu sorrisos.
Silenciaram nomes e sobrenomes, calaram poesias, as notas musicais tocaram em tom de nostalgia.
Mas Parintins... é de força, de crença, de fé..... teu canto vai enxugar todo o pranto e a Virgem Santa cobrirá teu povo de bençãos com o seu manto.
Distanciamento é só mais um momento. O alento vai superar o lamento e a aquarela voltará a colorir os dias cinzentos.
E a Parintins morena, pávula e hospitaleira, terna, doce e altaneira, voltará a dançar com adornos de festa e levantar o seu canto na floresta.
Hoje sou só emoção, nada vai segurar minha paixão..
Porque toda dor a gente cura com amor.
Texto: Jornalista Peta Cid Ferreira bisneta de um dos fundadores do Boi Caprichoso Roque Cid