Taxa de imunização detectada em 90 cidades contra Coronavírus é de 1,4%, no Brasil mostra pesquisa da Universidade Federal de Pelotas

Em Breves (no Pará, um dos Estados mais atingidos pela pandemia), a taxa obtida foi de 24,8% enquanto no Rio, o indicador ficou em 2,2%. Na cidade de São Paulo, é de 3,1%. 

Taxa de imunização detectada em 90 cidades contra Coronavírus é de 1,4%, no Brasil mostra pesquisa da Universidade Federal de Pelotas Notícia do dia 26/05/2020

SÃO PAULO - Pesquisa nacional da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) para rastrear a imunidade dos brasileiros ao novo coronavírus indica que a proporção de pessoas com anticorpos é de 1,4% em 90 cidades analisadas.  A taxa pode variar de 1,3% a 1,6% pela margem de erro. Foram testados 25.025 moradores de 90 municípios, incluindo 21 capitais.

A população desses municípios corresponde a 25,6% do total de brasileiros, entre as quais 760 mil (margem de erro de 705 mil a 867 mil) estariam infectadas. O número é sete vezes maior do que o das estatísticas oficiais nessas localidades. "Os casos confirmados, que aparecem nas estatísticas oficiais, representam apenas a ponta visível de um iceberg cuja maior parte está submersa. Para conhecer a magnitude real do coronavírus, é obrigatória a realização de pesquisas populacionais”, dizem os pesquisadores do grupo. Aglomeração de parentes de internados infectados por Coronavírus aguardam informações na frente do Hospital da Mooca

Aglomeração de parentes de internados infectados por coronavírus aguardam informações na frente do Hospital da Mooca, em São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O estudo teve financiamento do Ministério da Saúde e a coleta de dados foi de responsabilidade do Ibope Inteligência. Há ainda grandes diferenças entre os municípios. Em Breves (no Pará, um dos Estados mais atingidos pela pandemia), a taxa obtida foi de 24,8% enquanto no Rio, o indicador ficou em 2,2%. Na cidade de São Paulo, é de 3,1%. 

Estudo semelhante já foi feito na capital paulista e identificou índice de imunização de 5,2%. Esse trabalho tem sido desenvolvido por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com apoio do Instituto Semeia e participação de profissionais do Laboratório Fleury e Ibope Inteligência. Cientistas calculam que o índice de infectados deve ser de ao menos 60% para a imunidade de rebanho na população, o que reduz o avanço do surto.

Estado de S.Paulo