Implantação de mais 40 leitos, usina de oxigênio e distribuição de kit remédio para continuar a enfrentar o COVID- 19 em Parintins

Ao ser questionado sobre a Implantação do lockdown, o prefeito disse que a decisão não é somente dele e leva em conta o parecer técnico de saúde e discussão no Comitê de Enfrentamento. Mas particularmente acredite que a população, depois que o toque de recolher foi antecipado de 15h até as 6h da manhã, vem respeitando o decreto

Implantação de mais 40 leitos, usina de oxigênio e distribuição de kit remédio para continuar a enfrentar o COVID- 19 em Parintins Foto: Pitter Freitas, Hudson Lima e PMP. Notícia do dia 23/05/2020

Numa coletiva de quase duas horas, a equipe de saúde técnica da linha de frente do combate ao Coronavírus em Parintins e o prefeito Bi Garcia (DEM) responderam a todas as perguntas do jornalistas e repórteres de temas relacionados a pandemia que consequentemente recai na cidade. Implantação do lockdown, restrições mais rígidas de isolamento social,  ampliação de 70 teste rápidos para 100 diários, a contratação de mais 50 profissionais de saúde, a não efetivação do Hospital de Campanha, a distribuição do kit tratamento para Covid-19 e a garantia de que até o final do ano, os salários de todos os servidores de Parintins serão pagos mensalmente, foram algumas das abordagens. Até ontem, dia 22 de maio, a Ilha de Tupinambarana registrou 837 casos confirmados, 431 pessoas tratadas, 361 em tratamento domiciliar, 37 pacientes internados, 45 óbitos e 1040 pessoas em monitoramento pela Vigilância Sanitária. Mais 131 pessoas com casos descartados e outros 973 casos notificados. 

Com os profissionais médicos doutores Daniel Tanaka e o Alberto Figueiredo, da linha de frente contra o COVID-19 no Hospital Regional Jofre Cohen e no Hospital Padre Colombo, do secretário de Saúde Clerton Rodrigues e a Coordenadora da Vigilância Sanitária, Elaine Pires,  o prefeito Bi Garcia (DEM) afirmou ser prioridade “combater a pandemia, atender os pacientes e utilizar os recursos para melhorar o sistema de saúde de Parintins. A Ilha conta com mais de 830 positivados de Coronavírus, mas a crescente é reflexo do aumento da testagem rápida em pontos estratégicos. Mais de 50% dos testados diariamente dão negativos”, comentou.

Para os diagnosticados será distribuído  mais de 2.600 kits contra o Coronavírus, que inclui os remédio azitromicina, ivermectina, prednisolona e paracetamol. Na primeira etapa, a liberação aos pacientes será de 1.600. Nessa operação serão estratégicos a UBS Mãe Palmira, no bairro dos Itaúnas, UBS Doutor Toda, no bairro da Francesa, UBS Fluvial Ligia Loyola. E o posto principal no Hospital Regional Jofre Cohen vai atender outros mil kits. Mas somente quem estiver positivado e com sintomas mais fortes receberá o kit, pessoas positivas e assintomáticas, serão acompanhadas pela equipe da Vigilância Sanitária e profissionais de saúde. 

O chefe do executivo pediu desculpas à população que muitas vezes recebe receita de algum médico, mas não tem nenhuma orientação de onde procurar e a quem procurar. Pois nesse período de pandemia o preenchimento da ficha com vários detalhes é importante para o paciente não ser constrangido.

Garcia agradeceu ao apoio de todos os profissionais de saúde que estão na luta contra o Coronavírus e os que devido a contaminação foram afastados. Anunciou a contratação de 56 profissionais de saúde para substituir as pessoas que estão sendo postas em quarentena.

Festejou a ajuda de algumas empresas privadas de Parintins e Manaus que fizeram doações aos Hospitais.

O prefeito teceu elogios aos homens e mulheres do 11º Batalhão da Polícia Militar pela contribuição junto prefeitura e estado através do Coronel Corrêa Junior. “Infelizmente vários PMs e outros militares estão afastados em quarentena, inclusive oito que estiveram numa ação dentro do presídio. É um apoio muito importante para cumprir o toque de recolher”, disse.

Salientou que o Ministério Público, Defensoria Pública, Justiça e demais órgãos que compõe o Comitê de Enfrentamento a Pandemia na Cidade, não foram chamados a coletiva, devido ter sido convocada pela equipe técnica de saúde formada pelos médicos. Mas enalteceu as instituições que em conjunto definem cada movimento da luta.

O prefeito de Parintins acredita que pela diminuição do número de casos de mortes, o êxito no tratamento e recuperação e a testagem rápida, Parintins pode chegar no mês de junho no achatamento da pandemia.

LOCKDOWN

Ao ser questionado sobre a Implantação do lockdown, o prefeito disse que a decisão não é somente dele e leva em conta o parecer técnico de saúde e discussão no Comitê de Enfrentamento. Mas particularmente acredita que a população, depois que o toque de recolher foi antecipado de 15h até as 6h da manhã, vem respeitando o decreto e ajudando ficando em casa. “Posso dizer que entre 70% e até 80% da população está consciente da luta contra o coronavírus e cumpre o toque de recolher, Temos problemas em alguns bairros periféricos, mas a fiscalização atua constantemente. Tenho entendimento de que nesse momento não é preciso o lockdown, mas sigo a orientação técnica do grupo de médicos especialistas e da ampla discussão no Comitê”, afirmou.

O chefe do executivo lamentou o que classificou de  “invasão” de pessoas de outros cidades vizinhas no Baixo Amazonas e do Estado do Pará que estão deslocando-se a cidade de Parintins, fazem exames e buscam tratamento, mas quando a equipe da Vigilância Sanitária tenta localizar para prosseguir já sumiram ou não deram endereço certo ou nem sabem o local que residem. Segundo Bi Garcia, Parintins jamais vai negar atendimento emergencial a qualquer cidadão, mas negou que algum prefeito das outras cidades mandem qualquer dinheiro ou medicamentos para a cidade de Parintins. “Se alguém deles manda dinheiro, só puxar o extrato da transferência e repassar ao público. Espero que cada gestor que recebe também recursos seja federal ou de emenda possa investir na saúde de seus munícipes, deve ser prioridade o combate ao Coronavírus, mas reafirmo que não vamos negar atendimento de emergência a nenhum cidadão de outras cidades. Mas nosso sistema local fica sobrecarregado”, destacou. 

Ele citou que a prefeitura de Boa Vista do Ramos é réu num processo do Ministério Público e tem a possibilidade da multa, no valor de R$ 500 mil reais, ser destinada ao fundo Municipal de Saúde de Parintins. “Se esse for entendimento da Justiça e do Conselho Municipal de Saúde, vamos aceitar esse recurso, pois já recebemos pacientes de outras cidades e esse recurso vem ajudar. No mês passado emprestamos um aparelho respirador para a prefeitura de Nhamundá. Então vamos ajudando como podemos”, diz.

SAMEL

Indagado sobre um vídeo que circula desde quinta-feira, dia 21 de maio, na qual um dos diretores do Grupo Samel informa a interiorização do grupo para ajudar as prefeituras a combater o coronavírus no interior e num determinado momento cita que o prefeito de Parintins, maior cidade do interior não atendeu as chamadas dele, o prefeito Bi Garcia disse ter sido pego de surpresa. Pois teve dois contatos com o diretor da SAMEL, o primeiro quando o Grupo SAMEL buscava o empresário Fran Canto para tratar sobre a Cápsula Respiradora e num segundo telefonema sobre a transferência de um médico internado na SAMEL. No, entanto, o prefeito Bi afirmou que toda a ajuda nesse momento de luta contra o COVID-19 é bem-vinda, está à disposição da SAMEL, mas teve algum desencontro de informação. “Fiquei surpreso quando me mandaram o vídeo. Mas as coisas tendem a ser resolver com a comunicação e diálogo”, diz.

Ele esclareceu que o recurso depositado pelo governo Federal na conta da prefeitura de Parintins para combater o Coronavírus não chega a R$ 1 milhão de reais desde mês de março.

DINHEIRO FEDERAL

Segundo Garcia, as prefeituras aguardam a liberação do dinheiro, oriundo da chamada PEC da Guerra, que o Congresso Nacional votou e aprovou. Parintins terá direito a R$ 13,5 milhões pela equação nacional. Sendo que apenas R$ 1 milhão é para o combate ao COVID-19. E o valor de R$ 12,5 milhões (doze milhões e quinhentos mil)  é destinado ao custeio da máquina pública, pela perda da receita do repasse do governo Federal.

A cidade de Parintins, teve queda de arrecadação de ate 80%. “Arrecadavámos média de R$ 500 mil reais ao mês e agora não chegamos a R$ 100  mil de impostos locais. Pois o comércio esta parado e apenas empresas do setor de saúde e algumas de serviço estão funcionado. A nível Federal se cair a receita 40%, cai também em 40% o repasse federal. Mesma forma do Governo Estadual, se caiu 30% a arrecadação estadual, cai o repasse para a cidade em 30%”, explicou.

Bi Garcia citou que conseguiu fechar a folha de pagamento do mês de abril dos funcionários concursados e contratados e principalmente dos professores no limite da Lei Orçamentária, ou deja no do dia quinto subsequente, previsto em lei. Pois o governo federal demorou no repasse de mais de R$ 1,2 (um milhão e duzentos mil reais) do FUNDEB.

HOSPITAL DE CAMPANHA, FESTIVAL E CESTAS BÁSICAS

Questionado dos motivos de não ter montando o Hospital de Campanha em Parintins, o prefeito informou não ter necessidade desse investimento, pois o dinheiro gasto na montagem pode ser direcionado a compra de medicamentos, contratação de pessoal para substituir os profissionais de saúde contaminados e logística de tratamento dos monitorados. Disse que no Hospital Jofre Cohen existe 80 leitos e no Hospital Padre Colombo mais 60 leitos e a prefeitura vai colocar para funcionar mais 40 leitos. Aguarda apenas a empresa colocar o balão de oxigênio em cada leito. Não sendo necessário a implantação do Hospital de Campanha ainda neste momento. Ressaltou que a reitoria da UFAM destinou a casa do estudante para abrigar pessoas em quarentena, mas dois andarilhos que foram levados até o prédio, preferiram ficar em monitoramento caseiro. Reiterou os agradecimentos a direção da UFAM pela parceria.  

A prefeitura de Parintins, através da Secretaria de Assistência Social, segundo o prefeito, distribuiu mais de três mil cestas básicas. O valor de cada cesta era de R$ 120,00 reais. A ajuda vinha inclusive com frango. Mas segundo o prefeito, nesse mês ainda não foi possível a compra das cestas. Motivo, a licitação foi deserta, não apareceu mais nenhum empresário com preço de R$ 120,00 reais a cesta básica. Agora a prefeitura vai fazer outra licitação para não deixar as famílias sem a ajuda.

Segundo Bi Garcia a prefeitura comprou aparelhos de respiradores dia 09 de abril no valor de R$ 10.300,00 (dez mil e trezentos reais) de uma determinada empresa. Agora no mercado o valor está acima de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Na empresa que a prefeitura adquiriu os respiradores, o valor chega hoje a R$ 19.000,00 (dezenove mil reais).

Com o funcionamento de 180 leitos em Parintins, o prefeito anunciou que a gestão vai implantar uma usina de oxigênio medicinal. O valor do investimento é de 120 mil dólares, ou R$ 700 mil reais. Pois com a pandemia do Coronavírus a demanda no Hospital Jofre Cohen e Padre Colombo cresceu e as unidades precisam de grandes volumes de oxigênio, além da necessidade da aquisição de compressores de ar para suprimento de ar medicinal para o pronto socorro e leitos. Atualmente a prefeitura compra através de cilindros de gases e devido à crise na saúde os custos estão mais elevados. No interior do Amazonas, apenas a prefeitura de Maués, tem a usina de oxigênio que mistura oxigênio, argônio, nitrogênio e outros gases. “A partir de uma usina de oxigênio é possível produzir o material que somado aos outros gases compõe o ar comprimido medicinal. Já fizemos o contato com a empresa e vamos efetivar mais esse projeto para fortalecer a saúde básica de Parintins”, afirma.

Sobre o adiamento e a realização do Festival Folclórico de Parintins, o prefeito disse que a gestão municipal é um dos organizadores do evento junto que tem a frente o Governo do Estado, além de da Associação Folcórica Garantido e Associação Cultural Caprichoso. Dessa forma precisa de entendimento de todos, mas nesse momento o foco é a luta contra o COVID-19. 

 

texto: Hudson Lima Koiote

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