Polícia Civil prende comandante do Anna Karoline III por ordem da Justiça em Santana-AP

34 pessoas morreram no naufrágio; 8 estão desaparecidas e 51 conseguiram sobreviver. Paulo Márcio Queiroz foi preso nesta quinta-feira (26), por ordem da Justiça em Santana (AP), a pedido da Polícia Civil.

Polícia Civil prende comandante do Anna Karoline III por ordem da Justiça em Santana-AP Barco Anne Karoline II que naufragou dia 29 de fevereiro Notícia do dia 28/03/2020

No pedido de prisão de Paulo Márcio Simões Queiroz, apontado como responsável pelo naufrágio do navio Ana Karoline III, com mais de 80 pessoas a bordo, a Polícia Civil do Amapá relatou que o comandante vivia sob pressão de dívidas de quase R$ 1 milhão e do aluguel do navio.

Para driblar essa situação, ele não teria hesitado em navegar com mais de 70 toneladas de carga acima do limite do navio, colocando em risco a vida dos passageiros e tripulantes.

34 pessoas morreram no naufrágio; 8 estão desaparecidas e 51 conseguiram sobreviver, no dia 29 de fevereiro. Paulo Márcio Queiroz foi preso na quinta-feira (26), por ordem da Justiça em Santana (AP), a pedido da Polícia Civil.

“A tragédia foi anunciada. Tripulantes e passageiros, antes da saída da embarcação, já previam o pior, por isso vídeos que mostram do excesso de carga da embarcação e água entrando no convés principal foram produzidos”, escreveu o delegado Victor Crispim Milagre, de Santana (AP), no inquérito que subsidiou a prisão do comandante do Ana Karoline III.

O Blog do Jeso teve acesso ao documento. “O Sr. Paulo Márcio colocou quase que o dobro de carga acima do limite permitido no navio Anna Karolinne III, porque estava precisando sanar dívidas com credores, além de ter que pagar um valor mensal pelo aluguel do navio”, detalhou o delegado.

“Até mesmo na área de lazer do navio, onde é proibido o acondicionamento de carga, Paulo Márcio colocou mercadoria, conforme declarações prestadas de passageiros e tripulantes”.

Aluguel e dívidas

O Ana Karoline III pertence ao empresário Erlon Rocha. Que arrendou o navio para Paulo Márcio por R$ 20 mil/mês, com contrato assinado no dia 1º de dezembro de 2019 e término previsto para novembro deste ano.

Antes, em novembro de 2019, já havia sofrido um pesado baque financeiro. A balsa que ele havia alugada — São Francisco de Assis — foi avariada com um incêndio. 60 passageiros estavam a bordo. Todos escaparam ilesos. Mas toda a carga, avaliada em quase R$ 1 milhão, se perdeu.

“Devido ao incêndio, o Sr. Paulo Márcio ficou com dívida quase milionária, o Sr. Paulo Márcio ficou com dívida quase milionária com fornecedores, pois todas as mercadorias que estavam sendo transportadas pela embarcação São Francisco de Assis se perderam na sua totalidade”, revelou o delegado amapaense no inquérito.

De acordo com o Delegado Victor Crispim, a representação pela prisão temporária do comandante aconteceu pois ele estaria influenciando os tripulantes quanto aos depoimentos, atrapalhando assim, as investigações.

O prazo da prisão temporária é de 30 dias, podendo ser prorrogada por igual período. Após isso, o Delegado analisará a necessidade de representar pela prisão preventiva e os autos do inquérito policial serão remetidos para o Ministério Público, a fim de que seja ofertada denúncia.

fontes: Blog do Jeso e Polícia Civil do do estado do Amapá