Notícia do dia 02/03/2015
Na tarde de sábado (28) em Barcelos (401 km de distância de Manaus) o povo foi às ruas protestar contra decisão judicial que determina que mais de 700 famílias, cerca de 7 mil pessoas, deixem suas casas, no prazo de apenas um mês. A população fez a concentração em frente à Praça da Gruta, às 15h, e saiu pelas ruas da cidade em protesto. Aproximadamente 1.500 pessoas participaram do ato público.
O juiz da 3ª Vara da Justiça Federal Ricardo A. de Sales determinou a retirada das famílias de uma área de terras pertencente à União e que está sendo requerida pelo Comando da Aeronáutica. A decisão, proferida no dia 18 de fevereiro gerou pânico na cidade e os moradores organizaram este protesto contra a retirada das famílias.
O juiz deu prazo de 30 dias para que os moradores deixem os imóveis espontaneamente e retirem seus pertences. Depois desse prazo, a ordem é usar a força policial para retirada das famílias de seus imóveis. Na decisão, o juiz nega qualquer tipo de indenização aos moradores. Alega que as benfeitorias realizadas nas terras não têm qualquer serventia para a Aeronáutica.
Vereadores estão indo a Manaus para procurar as autoridades, e mostrar a gravidade do problema que esta decisão está causando. A agenda dos Comissão em Manaus: Governo do Estado; Assembleia Legislativa, Defensoria Pública Federal, Ministério Público Federal, Senadores e Deputados Federais da bancada amazonense e imprensa.
Pânico
São milhares de pessoas, entre elas mulheres e crianças, em pânico. O juiz RICARDO A. DE SALES deus ganho de causa em favor da Aeronáutica que alega direitos sobre uma área que engloba mais de 1/3 da cidade de Barcelos, onde já existe Bairros e moradias há mais de 2 décadas. Nessa área ficam os bairros de Aparecida, Nazaré, São Francisco e Bairro da Paz, compreendendo mais de setecentas (700) casas, aproximadamente sete mil (7.000) pessoas.
A União qualificou os moradores dos referidos bairros, como
invasores das terras mesmo eles ocupando a área há mais de 25 anos. Segundo informações, essas terras pertencem à COMISSÃO DE AEROPORTO DA REGIÃO AMAZÔNICA (COMARA), mas foram doadas pela própria Prefeitura de Barcelos, em 1974, inclusive com o aval da Câmara Municipal de Barcelos.
Na década de oitenta, a prefeitura de Barcelos urbanizou e loteou parte dessas terras, doando a esses cidadãos. Nessa área não existem apenas moradias. Há também vários prédios públicos: duas escolas municipal ( Pe. Clemente e Evarista Braz); uma escola estadual (Angelina Palheta Mendes) que acabou de ser reformada com dez (10) salas de aulas, sala de mídia, sala de videoteca, refeitório e quadra poliesportiva; dois postos de saúde (um no bairro Aparecida e outro no bairro de São Francisco); dois Centros Sociais e três conjuntos de casas residenciais todos financiados pela
Caixa Econômica Federal e por fim, temos um prédio sendo construído pelo Governo do Estado do Amazonas para alocar as instalações da Universidade do Estado do amazonas – UEA.
Fonte: Frank Garcia (barcelosnanet.com)
