Quociente tira Alex, Nelson, Edy e coloca dois do PTB na Câmara de Parintins, entenda

Os votos válidos foram um total de 48.828 para preencher 11 vagas. Assim cada coligação no pleito 2016 deveria obter 4.438 votos de quociente eleitoral para garantir uma vaga

Quociente tira Alex, Nelson, Edy e coloca dois do PTB na Câmara de Parintins, entenda Os quatro candidatos tiveram votos, mas não foram ajudados pelo quociente eleitoral Notícia do dia 05/10/2016

PARINTINSAMAZONAS: No Brasil a legislação eleitoral em vigor a tempo decreta: Nem sempre os mais bem votados, necessariamente, serão os eleitos. Na cidade de Parintins durante a votação do Domingo, 02 de Outubro, enquanto todos os comunicadores das emissoras de rádios que cobriam a apuração davam de forma instantânea o boletim dos votos, destacando os mais votados, os eleitores ouvintes vibravam.

Porém, os candidatos estavam mesmo antenados nos números obtidos nas coligações pelo quociente eleitoral. O quociente é o número obtido pela relação entre os votos válidos da eleição e o número de cadeiras na Câmara. Os votos válidos foram um total de 48.828 para preencher 11 vagas. Assim cada coligação no pleito 2016 deveria obter 4.438 votos de quociente eleitoral para garantir uma vaga.

Dos bons de votos, Alex Garcia (PMDB) 1.212 votos (quarto mais votado), Edy Albuquerque (DEM) 1.177 votos (quinto mais votado), Nelson Campos (PRTB) 1.022 votos (décimo mais votado), Flavio Farias      (PT) 1.002 votos (décimo primeiro mais votado) e ainda Lucio Kimura (PRP) 859 votos, Enfermeiro Luiz Carlos   (PSL) 828 votos, Gracinaldo Cunha (PSDB) 771 votos e Mayse Garcia (PHS) 745 votos, com maior votação de ao menos cinco eleitos pela chamada média final, ficaram fora da Câmara.

Entenda as situações e o quociente

No caso de Alex Garcia é a segunda vez “barrado” mesmo sendo bem votado. Na eleição de 2012, o jovem candidato também ficou na quarta posição, na quantidade de votos. Mas, o PMDB naquele ano somou apenas quociente para eleger dois vereadores: Vanessa e Cabeça.

Esse ano de 2016 foi pior. Alex conseguiu ser o primeiro e mais votado da coligação dele. Seguido de Flávio Farias, porém o “PMDB e PT” não conseguiram a quantidade de votos necessários para fazer um vereador. A coligação teve apenas 3.755 votos; sendo 3.268 dos candidatos a vereadores e mais 487 votos de legenda.

A coligação de Lucio Kimura “PRP, PHS, PPS, PPL e PSDC” somou apenas 4.247 votos, sendo 4.095 dos candidatos a vereadores e 152 dos votos de legenda. Dessa forma, ambos ficaram fora do cálculo feito pelo TSE. A coligação “PSB e PDT” foi outra a não conseguir o número necessário.

A coligação de Edy Albuquerque e Nelson formada por “DEM, PTN e PRTB” teve total de 4.785 votos válidos, elegendo Beto Farias (PEN). Sendo 4.666 votos dos candidatos a vereadores e mais 119 votos de legenda. Nesta coligação, vale ressaltar, 189 votos do candidato Lourenço Castro não estão computados. Pois ele é cadastrado com indeferido com recurso. A sobra da coligação para um 2º vereador por média ficou somente de 2,427 votos. Caso o TSE julgue Lourenço deferido e válido esses votos, a média passa a ser de 2,487. Todavia não vai alterar o resultado desse grupo.  

O PSDB foi o grande beneficiado pelos votos de legenda. Total de 1.007 votos para o 45. A Coligação “PSDB, PEN, SD e PV” com 9.350 elegeu pelo “quociente partidário” três vereadores: Maildson e Cabo Linhares com a soma do quociente eleitoral e mais a média. Os candidatos a vereadores totalizaram 8.343 votos. A sobra para fazer o 3º vereador, no caso Telo Pinto, ficou a média igual a 3,11.

Quociente eleitoral do “PSL, PROS, PTC e PSC” deu para eleger Vanessa Gonçalves (PROS) para o 3º mandato. E na soma das sobras com média de 2,739 a coligação trouxe Bertoldo Pontes (PSL). Essa coligação teve 5.343 votos dos candidatos e mais 132 votos de legenda, totalizando 5.478. No TSE rola ainda o processo do ex-vereador Carlos Augusto das Neves (PSC). Ele recebeu no pleito 520 votos, mas não entrou para a conta da coligação. Mesmo que até dia 19 de dezembro os desembargadores julguem o deferimento de Carlos Augusto e a coligação passe a ter 5.998 votos, em nada mudaria os eleitos. Apenas a média passaria de sobras de 1,826 para média de 1,999.

A coligação “PR, PTdoB e PTB” foi surpresa do pleito ao eleger três vereadores. Foi beneficiada justamente pelo somatório do quociente eleitoral e a divisão do quociente partidário. Mateus Assayag ganhou o 3º mandato pelos votos da coligação: 7.659. Os vereadores Affonso Rocha Caburi e Tião Teixeira, ambos do PTB, são da cota da média. Affonso entrou na primeira divisão da sétima cadeira a ser preenchida. Somou 3,829 de média. Tião conquistou a última da sobra com média de quociente partidário de 2,553.

O grupo do “PCdoB, PSD e PRB” teve 6.640 votos, elegeu a mulher mais votada da disputa: Maria Alencar, a Nega, com 1.326. A coligação preencheu a 8º vaga da Câmara através da entrada do economista Marcos da Luz, eleito pela média de quociente partidário de 3,320.  O novo vereador eleito teve um total de 902 votos.

Como os votos de legenda, quociente eleitoral, quociente partidário, sobras e médias  são assuntos poucos dominados pelo eleitor e até candidatos, o resultado final após a votação frustra quem não conseguiu o tão almejado mandato legislativo.

Na prática foi assim pelo quociente

Coligação Bi Garcia I: 2 vagas

Coligação Bi Garcia II: 1 vaga

Coligação Carbrás I : 1 vaga

Coligação Bi Garcia III: 1 vaga

Coligação Bi Garcia IV: 1 vaga

Sobras

Desta forma 6 vagas foram definidas pelo quociente eleitoral, os restantes das vagas saíram pelo sistema de sobras que é obtido dividindo o número de votos da coligação pelo número de vagas conquistadas, mais o quociente partidário e somando mais 1 ou a sequencia até finalizar a última vaga a ser preenchida.

Coligação Maildson: 9.350 /(2+1) = 3.116 sendo 3 eleitos

Coligação Mateus: 7.659/(2+1)= 2.553 sendo 3 eleitos

Coligação Nega: 6.640 /(1+1)= 3.320 sendo 2 eleitos

Coligação Vanessa: 5.478/(1+1)= 2.739 sendo 2 eleitos

Coligação Beto Farias: 4.785/ (1+1)= 2.392 sendo 1 eleito

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