O jornalista parintinense Naférson Cruz, que trabalha há três anos na editoria de Cidades do Jornal A Crítica, foi o grande vencedor do Prêmio MPT de Jornalismo na categoria Web, Regional Norte, com a sua reportagem “Vidas Mutiladas”, que foi publicada no dia 1° de maio deste ano no Portal A Crítica. A matéria conta a história de trabalhadores do extinto polo madeireiro do município de Itacoatiara, na década de 1990, que perderam membros do corpo ao desenvolverem atividades laborais.
Após a cerimônia de premiação, que ocorreu na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, na noite de quinta-feira (1°), o repórter agradeceu aos companheiros de trabalho e de profissão em seu perfil no Facebook.
“Mais uma conquista. Dessa vez, o Prêmio MPT de Jornalismo na categoria web, regional Norte. Agradeço a direção do jornal A Crítica e a equipe de Cidades pelo apoio, em especial aos parceiros Marcio Silva e Mônica Prestes, que foram fundamentais na edificação do material. Dedico à minha família e aos camaradas parintinenses jornalistas e universitários da área”, escreveu.
Ademi Neves foi um dos personagens da matéria. Ele perdeu o braço direito ao operar uma máquina
usada no corte da madeira, em 1999, aos 27 anos. Foto: Márcio Silva
Por telefone, o jornalista, que ainda está em Brasília, disse ter ficado lisonjeado com o prêmio. “É um incentivo aos jornalistas que divulgam situações referentes à classe trabalhadora em todo o País, muita vezes dos operários que passam por dificuldades. Muitos dos trabalhadores de ‘Vidas Multiladas’ trabalhavam no interior, com roçado, e foram para a cidade trabalhar com maquinários pesados, muitos não tinham instrução para trabalhar com as máquinas e acabaram perdendo seus membros”, acrescentou.
As fotos e filmagens foram feitas pelo repórter fotográfico Márcio Silva, que também trabalha no jornal A Crítica. Segundo Naférson, seis meses de pesquisas e de coleta de dados foram necessários para produzir a reportagem. “A maior dificuldade foi fazer as pessoas falarem, porque isso mexe com os sentimentos, e muitos não queriam relembrar esses momentos”, declarou, informando ainda que aproximadamente 1.300 pessoas perderam seus membros em atividades no polo madeireiro de Itacoatiara.
Rafael Seixas/http://www.acritica.com/