Empresário condenado por morte de prostituta é levado a Tremembé

Pablo Russel Rocha recebeu pena de 24 anos de prisão por crime em 1998. Defesa pediu liberdade provisória e quer novo julgamento em Ribeirão.

Empresário condenado por morte de prostituta é levado a Tremembé Notícia do dia 05/07/2016

O empresário Pablo Russel Rocha, condenado a prisão pela morte de uma garota de programa em Ribeirão Preto (SP), foi transferido nesta segunda-feira (4) à Penitenciária de Tremembé (SP). Ele estava na Cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP) desde quinta-feira (30), um dia após ser julgado e receber a pena de 24 anos de reclusão.

A defesa informou que entrou com um pedido de liberdade provisória.

A sentença foi pronunciada pelo juiz Giovani Serra Azul no fim da noite de quarta-feira (29), após 12 horas de julgamento. Quatro dos sete jurados consideraram Rocha culpado. Ele foi condenado por homicídio triplamente qualificado – por motivo fútil, sem chance de defesa e meio cruel.

Defesa nega crime
Nicole tinha 21 anos na época do crime e estava grávida. O Ministério Público defende que ela foi amarrada ao cinto de segurança da caminhonete de Rocha e arrastada por cerca de dois quilômetros, entre as avenidas Celso Charuri e Caramuru, em Ribeirão.

O advogado do empresário Pablo Russel Rocha, Sergei Cobra Arbex, nega a acusação. Eleafirmou que ingressará com apelação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) pedindo a revogação do júri, porque a decisão não foi condizente com as provas apresentadas.

“Não tem prova de que ele amarrou a moça e ele foi condenado porque amarrou. Poderia dizer, no máximo, que enroscou e aí ele teve a intenção, ou não. Mas, que ele amarrou, não existe provas. A gente vai conseguir anular essa decisão e levar a novo júri”, afirmou.

O advogado explicou ainda que, caso o pedido de revogação seja negado, a Justiça deve levar em consideração as regras de progressão da pena vigentes na época em que o crime ocorreu. Rocha já ficou preso por dois anos, tempo que também deverá ser descontado.

Julgamento
Após ser suspenso três vezes por recursos ajuizados pela defesa, o julgamento aconteceu na quarta-feira (29). Os sete jurados convocados foram escolhidos por sorteio. As testemunhas de acusação foram as primeiras a serem ouvidas. Em seguida, as duas testemunhas de defesa também falaram.

O promotor José Vicente Pinto Ferreira defendeu a versão de que Nicole ficou amarrada ao cinto de segurança da caminhonete de Rocha, quando tentou deixar o veículo após uma discussão entre os dois, na madrugada de 11 de setembro de 1998.

Presa ao veículo, a garota de programa teria sido arrastada pela Avenida Celso Charuri e então pela Avenida Maurílio Biagi. Em seguida, Rocha teria feito o retorno e acessado o Anel Viário Sul, até parar na Avenida Caramuru. O percurso total seria de dois quilômetros.

O empresário falou por cerca de uma hora e negou a acusação. Ele contou que deixou a chácara, acessou o Anel Viário e, em seguida, as avenidas Adelmo Perdizza e Caramuru, quando Nicole pediu que parasse em um local conhecido por ser ponto de tráfico de drogas.

O réu disse ter recusado o pedido, os dois começaram a discutir e ele decidiu então parar a caminhonete. Nesse momento, Nicole teria descido e o empresário arrancou com o veículo, sem perceber que a jovem havia ficado presa ao cinto.

Em relato perante os jurados, Rocha afirmou ainda que só notou que Nicole estava presa, quando parou a caminhonete para trocar um pneu furado. O empresário disse que ficou desesperado, desamarrou o braço da jovem e foi para a casa.

O empresário saiu preso do Fórum e foi levado à Central de Flagrantes, onde passou a noite. Na chegada à delegacia, disse apenas que lamentava a condenação. "Infelizmente, o que eu posso dizer: chocado”.

Selma Heloísa Artigas da Silva, conhecida como Nicole, foi arrastada até a morte (Foto: Reprodução/EPTV)
Selma Heloísa Artigas da Silva, conhecida como Nicole, foi arrastada até a morte (Foto: Reprodução/EPTV)
 
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