
Antes mesmo de estrear na Arena do Festival Folclórico de Parintins, Felipe Camelo, o novo Pai Francisco do Caprichoso, já é uma das apostas do Touro Negro para este ano. A expectativa em cima do pernambucano de 29 anos é tão grande que até a turma do contrário acredita que o Auto do Boi azulado terá muitas novidades.
Com registro de bailarino e ator, Felipe mora em Parintins há dois anos e trabalha como oficial de justiça. Coreográfo de Brena Dianná, Rainha do Folclore do Caprichoso, ele recebeu o convite para interpretar o Pai Francisco no Bumbódromo após uma participação na festa de lançamento do CD do Bumbá Azul.
“Eu fiz uma participação na coreografia da Brena durante o lançamento do CD e o pessoal quis usar esses elementos em cena na Arena também. Não quiseram perder a interação, o quadro que foi construído. E pensaram em levar isso pra disputa propriamente dita e eu, claro, aceitei”, conta Felipe.
Sobre as várias especulações em torno do Auto do Boi do Caprichoso 2016, Felipe preferiu manter o clima de mistério no ar e apenas desconversou sobre as possíveis inovações. “Só posso dizer que o Pai Francisco tem um papel muito importante dentro do Auto. Costumo dizer que o Auto do Boi se tornou secundário, mas pra mim ele tem sabor de prato principal e não de aperitivo”.
História com o Festival
Antes mesmo de conhecer Parintins, Felipe Camelo já era um admirador do festival dos bumbás. Ele conta que foi a festa da Ilha Encantada que o despertou para o folclore quando ele ainda morava em Pernambuco.
“Foi a partir dos elementos que eu vi em Parintins que comecei a mergulhar no meu próprio folclore. E quando eu cheguei aqui e comecei a ir para os ensaios, olhei o Caprichoso e vi que eu poderia contribuir com a proposta que estava sendo desenhada e foi isso que eu falei para a diretoria na minha primeira reunião no Boi”, comentou.
Questionado sobre o motivo pelo qual escolheu o Caprichoso e não o Bumbá Encarnado, Camelo disse que a brasilidade do Touro Negro o pegou de jeito. “O contrário, pela proposta coreográfica, tem inovações, mas o perfil cênico busca uma Amazônia não tão brasileira, se apropria da Amazônia, mas além das fronteiras do Brasil. E o Caprichoco busca a Amazônia dentro do contexto brasileiro e foi isso que me chamou atenção”, analisou.
//Lorenna Serrão/ A critica