Morre o diretor Maurício Sherman, da Rede Globo, aos 88 anos

Um dos criadores do 'Fantástico', pioneiro da TV foi diretor executivo da Central Globo de Produção

Morre o diretor Maurício Sherman, da Rede Globo, aos 88 anos Notícia do dia 17/10/2019

RIO - Pioneiro da TV brasileira, o diretor Maurício Sherman morreu na manhã desta quinta-feira, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Responsável pela criação de programas como o "Fantástico", ele foi diretor executivo da Central Globo de Produção e dirigiu inúmeros humorísticos, como "Faça humor, não faça guerra" (1973), "Chico Anysio show" (1981), "Os trapalhões" (1981) e " Zorra total " (1999). Ao longo de sua carreira, passou por praticamente todas as emissoras de TV. Na Manchete, por exemplo, descobriu e revelou nomes como Xuxa e Angélica.

Segundo seu filho, Alexandre Sherman, ele morreu em casa, de falência múltipla dos órgãos, decorrente de uma doença crônica renal. Ele foi internado diversas meses recentemente. Ainda não há informações sobre velório.

Sherman esteve à frente de programas de variedades, como o "Noite de gala" (1966), "Moacyr Franco show" (1977), "Video show" (1994) e "Domingão do Faustão" (2001). Foi diretor artístico de "TV Colosso", popular programa infantil dos anos 1990.

De dublador a diretor

Nascido em 1931 em Niterói, Sherman estudou Direito na Universidade Federal Fluminense. A carreira no entretenimento começou no teatro, como ator. Foi integrante do grupo Jerusa Camões, no Teatro da Juventude Universitária e atuou ao lado de nomes como Gisela Camões, Wanda Lacerda, Nathália Timberg, Fernando Pamplona e Alberto Perez.

Ainda no teatro, dirigiu peças importantes, como "A pequena notável" (1972), estrelada por Marília Pêra, no papel de Carmen Miranda, e "Evita" (1983). No cinema, viveu vilões das comédias da Atlântida e dublou desenhos clássicos da Disney, como "Pinóquio".

Na televisão, passou pela Tupi, Paulista e Excelsior antes de chegar à Globo, em 1965, a convite de Mauro Salles. Seu primeiro trabalho na emissora carioca foi a direção do Espetáculo Tonelux, programa apresentado por Marília Pêra, Gracindo Jr., Riva Blanche e Paulo Araújo. Gravado ao vivo, o programa musical contava com a presença de cantores da Jovem Guarda e uma orquestra sinfônica regida por Isaac Karabtchevsky.

Após retornar à Tupi em 1968, Sherman voltou para a Globo em 1972, quando dirigiu "Faça humor, não faça guerra", humorístico com Jô Soares, Renato Corte Real, Luis Carlos Miéle, Paulo Silvino e Sandra Bréa. No ano seguinte, integrou a equipe responsável por criar o "Fantástico", programa jornalístico que dirigiu por três anos

 

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