Se esvaziássemos o PIM, teríamos um exército a ser recrutado pelo tráfico, diz Arthur em reunião do CAS

Ainda conforme Arthur Virgílio Neto, em 52 anos da Zona Franca de Manaus, os governantes do Estado falharam em não criar novas matrizes que se complementassem à ZFM, como a bioindústria

Se esvaziássemos o PIM, teríamos um exército a ser recrutado pelo tráfico, diz Arthur em reunião do CAS Fotos – Alex Pazuello / Semcom Notícia do dia 27/09/2019

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, voltou a reforçar os alertas que têm feito sobre as graves consequências caso não haja incentivos à Zona Franca de Manaus (ZFM). “Se nós esvaziássemos esse Polo [Industrial], nós teríamos um exército a ser recrutado pelo tráfico de drogas nesta cidade”, disse Arthur nesta quinta-feira, 26/9, durante a 288ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração da Suframa (CAS), na sede do órgão, no Distrito Industrial. 

Segundo o prefeito, o modelo – que é a principal matriz econômica do Amazonas e responsável por manter 96% da Floresta Amazônica preservada no território amazonense – tem sido visto com preconceito por parte do governo federal. “Como se as pessoas tivessem o direito de ignorar o aquecimento global e de ignorar o principal agente para se enfrentar o aquecimento global, que é a Floresta Amazônica”, criticou o Arthur, reforçando a mensagem que defendeu em sua participação na Cúpula do Clima da ONU, realizada no início desta semana, em Nova York. 

Para Virgílio, é preciso que haja uma garantia aos direitos e aos incentivos da Zona Franca de Manaus, com soluções definitivas para o isolamento da região, como melhoria na internet, na telefonia celular, construção de um porto, de hidrovias e a BR-319. 

“Falta uma palavra de tranquilidade, de preferência que venha da boca do presidente da República, com clareza. Quem não gosta do modelo que aceite essa realidade: não se pode abandonar uma região tão relevante, hoje cercada pelo tráfico de drogas que, cada dia mais, vem se tornando poderoso dentro deste Estado”, cobrou o prefeito de Manaus, denunciando a invasão, comandada pelo tráfico, à reserva Adolpho Ducke. 

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Ainda conforme Arthur Virgílio Neto, em 52 anos da Zona Franca de Manaus, os governantes do Estado falharam em não criar novas matrizes que se complementassem à ZFM, como a bioindústria, exemplificou. “Para se terminar a Zona Franca não precisa acabar com incentivos fiscais, basta deixá-la do que jeito que está”, apontou. Além disso, Arthur voltou a dizer que o governo federal tem como papel fundamental investir nos órgãos de pesquisa da região e em mão de obra local. “Nosso dever fundamental é praticar uma boa governança sobre a Amazônia, que mostre que seu principal modo de sustento está garantido”, finalizou. 

Presidindo a reunião como representante do governo federal, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, do Ministério da Economia, Carlos Costa, disse que o governo tem adotado medidas para recuperar a economia em todo o país e, também, na Zona Franca de Manaus. “Talvez falte falarmos um pouco mais, mas esse governo quer se caracterizar por fazer mais e falar menos”, observou o secretário. Ele apontou, como exemplo, o crescimento do emprego em todo país, no primeiro trimestre, com o Amazonas despontando com média superior à média nacional.

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Investimentos

 

Durante a reunião do CAS foram aprovados 26 projetos, sendo cinco de implantação e 21 de ampliação, atualização e diversificação, com investimentos da ordem de U$ 133,6 milhões, em até três anos, e possibilidade de geração de 864 novos postos de trabalho. “A Suframa vem fazendo o seu papel que é atrair novos investimentos para a região”, afirmou o superintendente do órgão, Alfredo Menezes.

 

Fotos – Alex Pazuello / Semcom

 

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