O governo prevê que o preço de gás de cozinha pode cair até 40% em dois anos com a adoção de um plano estratégico para estimular concorrência no setor de gás natural. Uma das medidas é permitir que a iniciativa privada opere gasodutos que, hoje, na prática, estão sob monopólio da Petrobras. Nas contas do governo, o impacto no PIB da indústria pode chegar a 8,46%.
Entre as propostas listadas está o mapeamento de trechos ociosos de gasodutos que podem ser operados pela iniciativa privada e a adesão, pelos estados, ao programa do governo. Eles poderão, voluntariamente, optar pela quebra do monopólio que detêm na distribuição do gás encanado, previsto pela Constituição. Segundo Paulo Guedes, governadores já manifestaram interesse:
- Estamos conversando explicitamente com estado do Rio de Janeiro, e o (governador) Wilson Witzel quer assinar. Ele quer abrir mão do monopólio de distribuição.
Atualmente, a Petrobras é dona da maior parte dos gasodutos do país. Mesmo tendo vendido sua malha no Sudeste, a companhia manteve o carregamento e o direito de ocupá-los. Na prática, isso a mantém como única usuária das estruturas, ainda que, por lei, seu monopólio no mercado de gás tenha sido quebrado em 1997.
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A indústria brasileira paga pelo gás cerca de US$ 13 pelo metro cúbico, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME). Nos Estados Unidos, o produto custa pouco mais de US$ 3. Na Europa, o combustível custa cerca de US$ 7. Segundo o governo, a cada 10% de redução no preço do gás, o PIB industrial sobe 2,1%, o que promoverá o crescimento da economia como um todo.
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