Notícia do dia 08/05/2019
Em entrevista para a Rádio Clube Parintins, o deputado federal e presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (Cdeics), Bosco Saraiva (Solidariedade-AM), falou sobre o que pensa a respeito da Previdência Social e que não admite que mexam na aposentadoria de brasileiros com 65 anos, trabalhadores rurais e nos benefícios das pessoas que nasceram com problemas de saúde e que se ficaram incapazes de trabalhar.
“A Reforma da Previdência é absurdamente necessária no Brasil atual para que o Estado possa iniciar um processo de recuperação, especialmente, no campo dos investimentos públicos para que o PIB (Produto Interno Bruto) cresça, o Estado progrida e a economia se reaqueça. O Brasil é um avião voando com pouco combustível. Ele não vai chegar ao aeroporto, vai cair antes. Assim está a previdência e quem está dentro são os nossos filhos. Nós embarcamos os nossos filhos em um avião com pouco combustível que vai cair lá na frente com já caiu a Grécia e outros países que não cuidaram disso no momento adequado”, comparou Bosco Saraiva.
O deputado federal se declara a favor da Reforma da Previdência, mas pode ficar contra, caso alguns benefícios sejam ameaçados.
“Eu sou a favor da Reforma da Previdência, porém com uma ressalva: eu não voto e não admito de forma nenhuma que se mexa no BPC (Benefício de Prestação Continuada) que é aposentadoria para o brasileiro de 65 anos. O brasileiro chega aos 65 anos e tem direito de receber a sua aposentadoria e o salário mínimo. Assim como, os brasileirinhos que nascem com problema de saúde e que não vão poder trabalhar regularmente. Ele passa a ter também o direito ao seu salário mínimo para que sua mãe, seu pai, sua família, possa cuidar dele. Ele tem uma certidão de nascimento, ele existe como brasileiro e não vai poder contribuir regularmente porque não vai ter condições de trabalhar. Então, ele tem esse direito. E isso é uma conquista. E isto não é previdência, isso é Seguridade Social e, nessa parte eu sou radicalmente que se mexa em qualquer coisa, assim como na aposentadoria rural. Não dá para mexer na aposentadoria rural. Nós demoramos décadas para chegarmos a este estágio. Então, não tem como mexer em uma engrenagem que está rodando perfeitamente. Como é que se pode diminuir de R$ 900,00 para R$ 400,00, uma bolsa de Seguridade Social que está sendo entregue ao brasileiro? Além do que é bom esclarecer o seguinte: o homem do interior, da comunidade rural do meu Estado, por exemplo, como do interiorzão do resto do país, ele não contribuiu para a previdência formal, está previdência da carteira assinada, mas ele trabalhou. Ele estava cuidando do Brasil lá no interior da sua cidade. Ele nasceu, foi trabalhar muito cedo na roça, na lavoura, nos transportes longe da cidade, não contribuiu com o INSS ou com qualquer outro tipo de contribuição previdenciária. No entanto, ele transportou, ele construiu casa, arou a terra, produziu. Ele chegou aos 65 anos. Portanto ele tem direito que o assista Brasil no final de sua vida para que ele possa ter uma segurança de que vai poder comprar seu remédio e ter seu dinheirinho. Nisso não se mexe. Se mexerem disso daí, eu vou votar contra todo o projeto da Previdência”, justificou o deputado federal.
Bosco Saraiva também destacou a atuação da bancada do Amazonas à frente de importantes comissões federais.
“Graças a Deus, atualmente nós temos uma bancada muito forte que ocupa posições estratégicas no Congresso Nacional, não só na Câmara como no Senado também. Eu ocupo a presidência de uma comissão que é uma das mais importantes, principalmente para nossa região, que é a Cdeics – Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços. Além do que, neste momento, nós temos a presidência da Comissão Especial da Reforma da Previdência sendo ocupada por um amazonense que é o Marcelo Ramos. Para o Amazonas é muito importante que tenhamos a nossa bancada ocupando essas posições importantes, porque aí a gente vai com um quantitativo pequeno, pois é um dos menores que existe no Congresso Nacional, transformando isso em uma força muito grande”, reconheceu o presidente da Cdeics.
Foto: Tácio Melo
