Jovens com síndrome de Down vão formar núcleo de maracá na Marujada do Caprichoso

Alunos da Associação Pestalozzi de Parintins vão se apresentar nas três noites do Festival Folclórico de Parintins em junho

Jovens com síndrome de Down vão formar núcleo de maracá na Marujada do Caprichoso Foto: Arleison Cruz/Divulgação Notícia do dia 08/04/2019

Na disputa pelo tricampeonato no 54º Festival Folclórico de Parintins, nos dias 28, 29 e 30 de junho, o Boi-Bumbá Caprichoso enriquecerá, na arena do Bumbódromo, o espetáculo “Um Canto de Esperança para a Mátria Brasilis”, com um naipe de maracá, na Marujada de Guerra, composto pelo cadeirante, Railson Gomes Filho, 10 anos, e estudantes com síndrome de Down. O anúncio do boi da inclusão musical foi feito pelo coordenador do Conselho de Artes do Caprichoso, Ericky Nakanome, durante ensaio da Marujada de Guerra, no curral Zeca Xibelão, em Parintins, na noite desse sábado (6 ).

Os alunos com Síndrome de Down são da Associação Pestalozzi de Parintins, que, por meio da diretora, a professora Dalva Nascimento, aceitou a proposta do Conselho de Artes do Caprichoso em integrar o grupo de ritmistas.

“O prazer, a alegria e a emoção são grandes. Além de ser o boi para o qual eu torço com toda minha família, foi difícil escolhermos os alunos para fazer parte desse projeto inovador, porque tem muita gente Caprichoso na Pestalozzi. Eu tenho certeza que os nossos alunos darão um show e nos levarão ao tricampeonato”, descreve Dalva Nascimento.

Ericky Nakanome afirma que o bumbá tem tradição em ser o boi da inclusão, por já ter tido, muito antes dessa discussão atual, a participação de ritmistas como Emanuel Pereira, irmão da sócia e marujeira Maria Auxiliadora Pereira, a Dora do Caprichoso, ou Francinaldo, o Tchanga.

“Agora, oficializamos essa parceria com a Associação Pestalozzi de Parintins com a criação desse núcleo de inclusão social do Boi Caprichoso denominado Emanuel Pereira, nosso imortal marujeiro. Os novos ritmistas vão ensaiar no curral para as três apresentações na arena com maracás, com um sentimento de inclusão na Marujada”, destaca.

O coordenador do Conselho de Artes acredita na força do projeto que não canta o tema só para se sustentar artisticamente, mas canta a vida do povo brasileiro, de forma plural, quando os ritmistas tocarem maracá, instrumento ancestral indígena.

Para o coordenador da Marujada de Guerra, Flávio Lima, a inclusão musical, com o núcleo de maracá, é digna de um boi que, verdadeiramente, se preocupa com o bem-estar das pessoas. “Isso vai fazer bem para eles e será um prazer a todos nós. Enche-nos de orgulho o Boi Caprichoso e a Marujada de Guerra. É dádiva de Deus e temos que aceitá-los como são, com olhar de respeito e igualdade”, pondera. /// Acritica.com