Rebecca diz que não dividirá Estado com partidos e comemora subida nas pesquisas

Rebecca é a candidata que mais está cresce na campanha na cidade e no interior

Rebecca diz que não dividirá Estado com partidos e comemora subida nas pesquisas Notícia do dia 22/07/2017

MANAUS – Ex-deputada federal, ex-superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e agora ex-aliada do senador Eduardo Braga (PMDB), Rebecca Garcia (PP) disputa o Governo do Amazonas na eleição suplementar do dia 6 de agosto como largada para uma carreira solo ao Executivo estadual. Em 2014 ela disputou o governo como vice de Braga.

Caso eleita, afirmou que não comporá sua equipe com perfil técnico amparado na meritocracia. “Os meus adversários me deram um presente. Querendo me prejudicar, inviabilizaram as nossas alianças. Sabendo que partidos que poderiam estar com a gente, mas depois de convencidos que não seria o melhor caminho, mudaram. O que restou foi que não sobrou partidos para dividirmos o Estado, diferente dos concorrentes”, disse, em entrevista ao ATUAL nesta sexta-feira. “A minha política sempre foi de ver a meritocracia em primeiro lugar”.

Rebecca disse que a subida de seu nome nos índices de intenção de voto nas pesquisas eleitorais representa um sinal de renovação e que o eleitorado está assimilando sua proposta de ser uma opção ‘nova’ à gestão pública do Estado.

Confira os principais trechos da entrevista. Acompanhe também o vídeo no ATUAL e na página do portal no Facebook.

Crescimento nas pesquisas

Há pouco tempo nós estamos candidatos. Os outros nomes com chance de chegar ao segundo turno são pessoas que já tiveram a oportunidade de governar o Estado, são pessoas que têm o conhecimento muito forte, já estão muito bem solidificadas na cabeça do eleitor. E o nosso nome vem como renovação. As pessoas estão conhecendo que tem uma candidata que se chama Rebecca Garcia e conhecendo um pouco da sua história para poder chegar até aqui.

Carreira solo

Havia um acordo de que o PP comporia a chapa do candidato Eduardo Braga (senador do PMDB) e que o vice seria a deputada Conceição Sampaio (PP), que o partido entendia que era um bom nome. Eu não tinha mais a intenção de compor chapa como vice de ninguém. Eu pensava que era o momento de ter um projeto só, as pesquisas nos mostravam que havia essa possibilidade. Então, o partido entendeu que nessa composição de chapada, Conceição Sampaio seria o nome que agregaria. Por um entendimento que não passou pelo PP, mas pelo PMDB e PR, a melhor chapa seria com o PR. Então, nesse momento, o PP entendeu que deveria ter uma candidatura solo. Nasceu aí a minha candidatura com o apoio de todo o partido. A chapa com o PMDB e PP era um entendimento das lideranças nacionais.

Aliança com Eduardo Braga

Nunca fiz parte de gestão nenhuma do senador Eduardo Braga. Nunca foi aliada de gestão política do senador. O que houve em 2014 foi uma aliança eleitoral, como já houve o Omar vice do Eduardo, como houve o Serafim vice do Eduardo, enfim, a aliança eleitoral não é um casamento, ela é pontual daquele ano, daquela eleição. Então, aquele foi um desejo do PP nacional em 2014. Três anos depois é um outro momento, o momento do PP escrever sua própria história. Eu estava me preparando para ser candidata em 2018, mas surgiu a oportunidade e o PP decidiu antecipar esse projeto.

Vice indefinido

O Abdala (Fraxe, deputado estadual e candidato a vice na chapa) é uma pessoa que tem ajudado muito em relação ao interior, uma pessoa muito querida, muito forte no interior. O Ministério Público veio com uma indicação de que ele não deveria estar candidato neste pleito. Esse processo (Abdala estaria impedido pela Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em processo criminal) nós não tínhamos conhecimento, mas decidimos esperar o julgamento. Se por um acaso se entender que a candidatura dele é inviável neste pleito, o próprio partido se reunirá conosco para indicação de uma outra pessoa que poderá ser do partido dele ou qualquer nome dentro da aliança.

Saída da Suframa

Eu gostaria de ter ficado um pouco mais na Suframa, porque eu sei que até dezembro deste ano a gente iria concretizar projetos que se iniciaram lá atrás como a atração de investimentos. Antes de eu sair eu sentei com uma grande multinacional para trazer para Manaus a produção de dois produtos de grande venda no Brasil que são duas cafeteiras em cápsulas. Isso estava muito bem encaminhado, mas com a minha saída essas conversas pararam. Mas nada que não possa ser feito à frente do governo do Estado.

Bancada federal sem força política

Individualmente, as bancadas federais não têm força política. O que houve foi uma surpresa com o veto (do presidente Temer sobre o contingenciamento de taxas da Suframa). Ninguém estava aguardando esse veto, por isso que não houve a mobilização política. Mas ela é fundamental para que possamos ter êxito em qualquer pauta no Congresso. O texto foi negociado, escrito em parceria com o governo federal, mas ninguém esperava o veto.

Incentivo fiscal

Nós precisamos fazer uma revisão fiscal. Este não é o momento em que nós deveríamos estar sangrando o investidor. Nós temos é que incentivar, garantindo mecanismos de contrapartida para uma redução em alguns impostos como o ICMS. Na última gestão do governo do Estado se tomou a iniciativa de aumentar o ICMS para alguns segmentos. Eu penso não ter sido a decisão certa para o momento em que estamos vivendo. Capital de giro é o fôlego do investidor. Quando você aumenta a carga tributária você tem que reduzir alguma coisa dentro da empresa para compensar e o que eu soube é que isso foi compensado com a redução no número de empregos.

Segurança Pública

Nunca foi feito no Estado do Amazonas um plano de segurança pública. Enfrentar a segurança é planejar as três pontas da segurança: a prevenção, a repressão ostensiva e a ressocialização. Não adianta você trabalhar só uma. A maior dificuldade de gestão de um Estado, eu penso ser a segurança. Não é uma solução para curtíssimo prazo, a gente até consegue a médio prazo reduzir alguns número, mas resolver por completo é a médio e a longo prazo. É preciso fazer parcerias. Nós faremos parcerias com a Prefeitura de Manaus porque os números mostram que a maioria dos homicídio e crimes hediondos ocorreram em locais onde não há urbanização. São ruas pouco iluminadas, sem asfalto, onde não está capinado.

Combate ao narcotráfico

Como não há um plano de segurança, nós não temos a ponta de ressocialização. Do que nos adianta prender quando já está provado que o modelo de grandes presídios está falido. Não traz de volta ninguém recuperado. Nós temos que trabalhar a questão da ressocialização e na prevenção com investimento na juventude, em qualificação, em esporte, em lazer e educação. Passa também por entender quem são os traficantes, os homicidas que não podem estar misturado com aqueles infratores que cometem pequenos delitos. Nós precisamos ser parceiros da Justiça e conseguir fazer provas para que as pessoas que estão sendo acusadas de determinados crimes possam ser condenadas. Hoje, 90% dos homicidas não estão sendo presos por falta de provas. Eu penso que nós temos que unificar as polícias e fortalecer a comunicação.

Crise financeira

O que precisa é fazer planejamento e trabalhar com o que é importante elegendo prioridades. Hoje, o orçamento do Estado fica na Casa Civil. Para um orçamento funcionar ele precisa ficar com o Planejamento. Isso é algo que nós queremos rever. Fazer gestão em tempos de crise é fazer gestão com pouco. Você precisa administrar o Estado do tamanho que ele é financeiramente.

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