Após a renúncia do prefeito, mais uma batalha política e jurídica em Coari

E como por “milagre” a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lá pelas bandas de Brasília, de cassar o mandato de Adail Pinheiro, e consequentemente do seu vice que virou prefeito, Igson Monteiro, que ocorreu no dia 17 de dezembro do ano passado, a

Após a renúncia do prefeito, mais uma batalha política e jurídica em Coari Notícia do dia 11/02/2015

A renúncia do prefeito de Coari, Igson Monteiro, vice na chapa de Adail Pinheiro que assumiu em seu lugar após Adail ser preso em fevereiro do ano passado por denúncias de chefiar uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes, faz parte do arsenal de manobras político-jurídicas em mais uma “guerra” de poder em Coari. Não há como não dizer que Igson Monteiro não deu um golpe de mestre. Ano passado, elegeu seu irmão, o vereador Iliseu Monteiro, presidente da Câmara de Coari e ocupou os cargos da Mesa Diretora com vereadores aliados. Mesmo com tudo “pegando fogo” em sua volta – licença para o trocadilho tá, gente? -, estratégia que supostamente teria sido adotada pelos correligionários de Adail Pinheiro para forçar renúncia de Igson Monteiro – o prefeito “padre” aguentou todas as “provações”, sumiu de cena por um tempo, devidamente licenciado com autorização da Câmara Municipal de Coari, e reapareceu com seu pedido de renúncia apenas após terem passado dois anos do mandato de Adail Pinheiro e, consequentemente, dele próprio.

“Milagre?”

E como por “milagre” a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lá pelas bandas de Brasília, de cassar o mandato de Adail Pinheiro, e consequentemente do seu vice que virou prefeito, Igson Monteiro, que ocorreu no dia 17 de dezembro do ano passado, até hoje não foi publicada no Diário de Justiça. E levando-se em conta a premissa de que uma decisão só é válida depois de publicada, lá se foram dois anos de mandato…

Batalha

Após a renúncia de Igson Monteiro abriu-se três frentes de batalha. Uma, é dele próprio e de seu irmão irmão, presidente da Câmara e agora prefeito em exercício, Iliseu Monteiro, que montaram um arsenal jurídico para provar que as eleições devem ser indiretas, realizadas na Câmara Municipal de Coari, onde levam vantagem, logicamente, por contarem com a maioria quase que absoluta dos vereadores da Casa. Outra frente de batalha e a de Adail Pinheiro que também já preparou suas armas, via advogados, para provar que as eleições são diretas e onde seus correligionários garantem que ele ganha eleição, seja qual for seu candidato – fontes do Radar dizem que o indicado seria seu filho, Adail Filho. E a terceira trincheira preparada para a batalha, a do empresário Raimundo Magalhães, cujo advogado em Brasília, Flavio Brito, assevera que a renúncia do prefeito Igson Monteiro não tem eficácia jurídica diante da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou seu mandato e do prefeito Adail Pinheiro. Ele assegura que assim que o acórdão da decisão for publicado, Magalhães tomará posse.

Intervenção

E há um grupo ainda que defende a intervenção do Governo do Estado em Coari. Mas, por trás disso, haveria interesses do governador de acomodar um de seus correligionários na cadeira de prefeito, gerindo a segunda maior arrecadação do Estado. Aí, a gente nem precisa explicar para os antenados leitores do Radar o que iria acontecer, né mesmo?

Estagnada

E enquanto essa batalha transcorrer, mais uma vez, a história de Coari estará estagnada. A alternância de gestores em qualquer cidade provoca desorganização administrativa e desequilíbrio financeiro. E quanto tempo mais o povo de Coari vai esperar para viver em paz?// Radar Amazonico